CACOAL. Eles querem distância das drogas


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CACOAL. Eles querem distância das drogas
(CAROLINA SÁ) O Centro de Recuperação Abisai foi fundado em 2006 em Cacoal. De lá para cá, tem recebido homens em busca de tratamento para dependência química. Atualmente funciona em um terreno doado na RO-383 – sentido Rolim de Moura, distante 10 quilômetros de Cacoal. Ao todo, 26 homens fazem tratamento que dura em média oito meses, com atendimento psicológico, espiritual e muita terapia ocupacional. São os internos que limpam a casa, fazem a comida, cuidam da horta e principalmente buscam uma espiritualidade elevada – que segundo dos relatos ajuda a buscar forças para se reerguer e ficar longe das drogas.
Edson Stocco, 44 anos, disse que passou mais de 19 anos bebendo e nos últimos anos usando todo e qualquer tipo de droga, principalmente cocaína. Perdeu o trabalho como comerciante e motorista e a família. Divorciado há alguns anos ele ainda sobre com a situação. Os filhos têm entre 16 e 22 anos e, hoje mantem uma boa relação com o pai, mas nem sempre foi assim. “Eu ficava nervoso, irado, eles sofreram muito”, comentou. Após vários anos bebendo praticamente o dia todo, Edson tinha sintomas graves de alcoolismo, como tremedeira e ataques de abstinência. “A cada hora ou duas horas eu tinha que beber”, disse.
PROBLEMAS
Depois de um tratamento feito no Abisai, há seis anos, decidiu ajudar outras pessoas. Emocionado, contou que já deu seu testemunho e exemplo a muitos homens, e pelo menos 15 que já passaram pelo centro disseram que conseguiram superar a dependência com a força de Edson. Ele, em breve terá de fazer uma cirurgia para troca de uma prótese implantada na cabeça do fêmur na perna esquerda. O motivo do problema de saúde também foi o abuso do álcool, já que o osso é corroído pelo excesso da droga. Há seis anos ele colocou a primeira prótese e agora deve trocá-la por uma definitiva.
Segundo estudos feitos em universidades brasileiras, como a de Alfenas em 2012, o consumo de álcool além de três unidades por dia é prejudicial a estrutura óssea. Doses maiores, segundo o estudo, tem um efeito tóxico para a célula formadora do osso.
família
José Duarte Júnior, outro dependente, é de Nova Brasilândia. Aos 34 anos decidiu procurar ajuda para se livrar do vício em crack. Ele é casado e tem três filhos, que o apóiam nesta busca, e apesar de sofrer de saudades da família disse que fica feliz em ver que agora está lúcido e poderá voltar a estar com eles. Há sete meses se sente muito melhor, e que também vai trabalhar no Abisai para ajudar outros homens que passam pelo mesmo problema.

ATIVIDADES DIÁRIAS E PROJETO
Durante o dia a rotina dos recuperandos é intensa. Eles acordam as 6h para um momento devocional, em seguida começa a limpeza do centro, e em seguida o café da manhã. O espaço é situado em um sítio, com rios e natureza abundante, o que trás paz e tranquilidade para os internos. Também ajudam nas tarefas domésticas, limpeza, preparação de alimentos, horta, pomar e todo tipo de serviço – considerado terapia ocupacional. Há o projeto de ampliação do Centro para construção de uma ala feminina com subsídios da Secretaria da Paz.
Informações podem ser obtidas com o pastor Zenaldo Dourados, diretor do Centro, pelo telefone 9213-9599.

fonte,texto:http://diariodaamazonia.com.br/