CRIME AMBIENTAL: OBRA ATRASADA DE MAIS DE R$25 MILHÕES APRESENTA RISCOS AO MEIO AMBIENTE EM VILHENA


A Macrodrenagem é até hoje a maior obra já executada em Vilhena. Ao ser divulgada à população, a prefeitura dizia que haveria mega tubulações em vários setores da cidade, uma lagoa de contenção localizada próxima a histórica Casa de Rondon e dois parques ecológicos. Segundo a prefeitura de Vilhena, foram quase R$25 milhões para tal execução, recursos obtidos através do PAC 2 – Programa de Aceleração do Crescimento do Governo Federal.



Os serviços iniciaram simultaneamente em diversos pontos da cidade em 2012, por meio da contratação de várias empreiteiras. Na época alegavam que tudo seguia dentro do cronograma e sobretudo de forma adiantada. No entanto, 2014 chega ao fim e o que se vê são obras inacabadas e com falhas.


No canal localizado na extensão da Av. Brigadeiro Eduardo Gomes a obra que conduz a água da chuva acumulada nos bairros adjacentes até a lagoa de contenção apresentou diversas falhas e precisou ser refeita em alguns trechos, prejudicando o orçamento. As tubulações subterrâneas no Bairro Bodanese teve parte destruída durante o mês de janeiro de 2013 e também necessitaram reparos. Ali a água desembocaria em um dos parques ecológicos e que hoje representa risco à vida dos moradores em consequência da imensa cratera que já ameaça tragar postes e até moradias. A cada chuva, o desmoronamento avança, conforme relatou a moradora, Julia Santos. “A gente nem descansa quando começa a chover porque temos a sensação que o barranco vai desmoronar e alcançar a nossa casa. Fico preocupada como meus filhos”, desabafou.


Os problemas não param por aí. No bairro Jardim Social, substituíram a ponte sobre o rio Pires de Sá por galeria, mas um trecho da obra que deveria conduzir a água até o rio, sobretudo na Rua 23, não existe. São em períodos como o atual quando os moradores mais sofrem com as erosões.

Para conter a enxurrada muitos já apelaram para os restos de construção, montes de entulhos e até restos de móveis, soterrados posteriormente por cascalho despejado por homens da Secretaria Municipal de Obras entre manilhas implantadas por eles, mas que são insuficientes para conter a força natural da água. O resultado é um caminho profundo, alastrado naturalmente pela água, repleto de lixos e concretos e que desemboca no rio, assinalando crime ambiental.



Há ainda outras ameaças aos moradores, a falta das citadas megatubulações hoje tira a tranquilidade de um dos moradores. José Filho teve a sua casa isolada pela erosão e se obrigou a construir um ponte de madeira de quatro metros de cumprimento. A Cada chuva uma noite de insônia e a preocupação do isolamento, medo que a ponte construída por ele seja levada pela força da água que aprofunda a vala e o afasta cada vez mais da rua. “É um pesadelo. Somos em cinco na casa, sendo eu, a mulher, e três crianças, e quando chove dá aflição de que a minha ponte seja carregada pela enxurrada e a gente fique isolado aqui. Por que não há por onde sair”, contou.

Nenhuma autoridade pública de Vilhena soube responder acerca da conclusão da Obra e os danos ambientais que a mesma tem implicado.



Fonte: NewsRondonia