Durante a Marcha das Vadias - passeata que luta pelos direitos, igualdade e o fim da repressão das mulheres - que aconteceu no último sábado (27), em Copacabana, no Rio de Janeiro, um casal semi-nu foi flagrado destruindo imagens sacras. O fato, que causou alvoroço e polêmica, nas redes sociais é mais do que um desrespeito à religião católica, é um crime previsto pelo código penal. Conexão Jornalismo conversou com Rogéria Peixinho, uma das organizadoras do protesto no Rio de Janeiro, para saber como a entidade viu o evento que ocorreu durante a Marcha.
De acordo com a manifestante o acontecimento não representa a Marcha, Rogéria afirma que este ano a Marcha contou com mais de 10 mil pessoas nas ruas, que condenava não somente a violência sexual, mas também diversos outros atentados aos direitos humanos. Para peixinho é importante ressaltar que a data da passeata já estava marcada há mais de um ano e que, por motivos de chuva, a JMJ foi deslocada para o mesmo local do protesto.
"Não conhecemos esse casal que destruiu essas imagens, fomos pegas de surpresa. Não tínhamos como impedir o que aconteceu, até porque não sabíamos que eles iam fazer. Esse evento durou cerca de 2 ou 3 minutos e após terem quebrado as imagens o casal vestiu suas roupas e foi embora", declarou Rogéria.
A manifestante diz que não aprova nenhum tipo de violência contra nenhuma religião. "Eu defendo o Estado laico, e defender o Estado laico é defender que todas as pessoas tenham o direito de professar suas opiniões", destaca Peixinho.
Defendemos um Estado laico, e isso significa defender o direito de religião de todos, diz Peixinho |
De acordo com Peixinho, as representantes da Marcha estão sendo ameaçadas de violência, morte, estupros, entre outras formas de abusos por pessoas que ficaram indignadas com o polêmico acontecimento. De acordo com Rogéria, as manifestantes da Marcha das Vadias falaram com um advogado e já foram à delegacia fazer um Boletim de Ocorrência.
Ouça aqui o áudio completo da entrevista: