Segundo narra alguns boletins de ocorrências registrados na Delegacia de Polícia Civil de Ariquemes, 2016 iniciou com o “pavio acesso” para os conflitos agrários na região de Monte Negro.
De um lado grupos ligados a LCP (Liga dos Camponeses Pobres), denunciam desaparecimentos de pessoas, ameaças e mortes praticadas por proprietários de terras, por outro lado os, chamados por estes grupos, de Latifundiários denunciam as invasões, vandalismos e ameaças.
Chegando a Monte Negro, a guarnição fez contato com o comunicante que acompanhou os policiais até parte do trajeto que dá acesso a Fazenda Fluminense na LC-25, Gleba Rio Alto, local dos fatos. Próximo a Fazenda se depararam com um veículo ocupado por vários moradores da Fazenda, momento em que foi decidido que uma pessoa que conhece melhor a região continuaria acompanhando a guarnição policial, enquanto os demais seguiram para Monte Negro.
Na fazenda estavam as pessoas que suspostamente estariam desaparecidas, e relataram o que aconteceu; Segundo uma vítima, ela estava juntamente com sua neta no interior de sua residência quando foi surpreendida por aproximadamente dez homens encapuzados e armados com espingardas e revólveres, começaram a atirar contra a casa e falaram para ninguém correr e que os moradores da fazenda deveriam deixar a propriedade até a manhã do dia seguinte, sob ameaça de morte para quem ficasse no local. Os elementos ainda questionaram sobre o paradeiro do marido da vítima, ela informou que o mesmo teria ido até uma represa. Quando dava a impressão que estava se acalmando, ela ouviu um disparo de arma de fogo, onde a vítima teria sido um companheiro dos encapuzados, provavelmente tenha sido acidental, momento em que colocaram o ferido em uma rede e saíram do local.
Os policiais fizeram deslocamento até as demais residências, constatando que duas casas estavam em chamas e uma terceira estava com a porta cortada por moto serra e apresentava vestígios de tentativa de incêndio, no quintal tinha um cachorro morto com as vísceras expostas.
Diante da situação, todos foram encaminhados à cidade de Monte Negro, uma das vítimas precisou ser atendida no Hospital municipal, devido ter problemas de saúde e no momento estava passando mal.
A perícia foi solicitada e a ocorrência foi registrada na 3ª Delegacia de Polícia Civil de Ariquemes.
No dia 01/01, uma guarnição da Polícia Militar foi acionada a acompanhar a equipe de peritos da Polícia Civil de Ariquemes, que se deslocaram até a fazenda Fluminense, onde foram procedidos os trabalhos periciais, no local foi constatada a situação narrada à cima, além de ser observado uma grande mancha de cor vermelha no chão, aparentando ser sangue em grande quantidade, a cerca cortada de motosserra, o local onde se armazena sal para gado com varias marcas de disparo de arma de fogo na porta, possivelmente espingarda, cinco cartuchos deflagrados de espingarda calibre 12 jogados em vários locais próximo a casa, a antena de telefone e cabo também cortados, e vários cortes de motosserra nas paredes da casa. Ambos os locais possivelmente foram abandonados, pois não foi localizado nenhum morador ou funcionário da fazenda.
Após os trabalhos periciais, foram recolhidos os cartuchos deflagrados e materiais que servirão de auxílio nas investigações.
Em outra ocorrência, a Polícia Militar faz um comunicado onde diz que, uma ligação no plantão, um senhor solicitou informações se havia dado entrada no DEPOL o jovem Lucas da Costa da Silva, de 20 anos, informando que Lucas reside em Buritis e é integrante da LCP e esteve na Fazenda Fluminense, a família esta preocupada com seu desaparecimento.
A pessoa que ligou, que não se identificou, informou apenas o número do telefone da irmã do Lucas. Em contato com o Hospital Regional de Ariquemes, a informação é que já tinham procurado pelo Lucas, porém, o rapaz também não deu entrada naquela unidade Hospitalar.
Redação vilhenahoje
Da redação do AR Ítalo Coelho DRT 1120/RO.
Fotos: Jornal Rondônia Vip