Estado apresenta queda de empregos. Rondônia em crise.


O Brasil registrou abertura de 260.823 vagas de trabalho em fevereiro, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho, na última semana. O número é 111% maior do que o registrado em fevereiro do ano passado. O mercado formal de trabalho registrou em fevereiro a geração líquida (admissões menos demissões) de 260.823 mil empregos. Foi o melhor saldo para o período, desde 2011, quando foram abertas 280.799 vagas.


Segundo dados da Caged, em fevereiro do ano passado, foram criados 123.446 postos de trabalho, descontando demissões. No primeiro bimestre do ano, foram criados 302.190 empregos, considerando dados ajustados até janeiro (informações depois do prazo) – superando o resultado obtido no mesmo período de 2013, que foi de 170.612 postos de trabalho. O emprego com carteira assinada no mês passado foi puxado pelo setor de serviços, que respondeu por 143.345 contratações, seguido pela indústria de transformação, com 51.951 e construção civil, com 25.055 vagas.

Estado registra Queda nos empregos celetistas

Embora o país tenha registrado o melhor desempenho na geração de empregos, no mercado de trabalho formal em Rondônia, houve queda de 163 empregos celetistas. Segundo os dados da Caged, tal desempenho deu-se ao decréscimo do emprego principalmente na construção Civil (-674 postos), Serviços Industriais de utilidade pública (-140 pontos) e o Comércio (-125 pontos), cujos saldos compensaram o crescimento no setor dos serviços (+608 postos).

Segundo os dados do Sistema Nacional de Emprego de Rondônia (Sine), a captação de vagas sofreu uma forte queda de um mês para outro, em janeiro 654 vagas foram captadas, contra 383 em fevereiro. Já o número de requisições de seguro-desemprego diminuiu. Em janeiro 3.433 pessoas deram entrada no benefício contra 3.172 pessoas em fevereiro. Ainda segundo o relatório do Sine, das 1.327 pessoas encaminhadas para entrevista em janeiro, apenas 204 foram contratadas. Em fevereiro das 2.392 encaminhas, só 700 foram contratadas. O Sine possui mais de 80 mil trabalhadores inscritos.

Reflexos da Cheia serão sentidos por três meses

Para o presidente da Associação Comercial de Rondonia (ACR), Geraldo Cavalcante, a redução em 125 pontos no comércio, está ligada diretamente a cheia histórica do rio Madeira. “O comércio da capital sofreu uma queda violenta nas vendas com as enchentes. Elas caíram e com isso os empresários estão sendo obrigados a demitir funcionários, esse número sem dúvidas alguma irá aumentar muito no próximo mês. Acredito que nos próximos três meses ainda estaremos sofrendo com as consequências da cheia do rio Madeira”, expõe Cavalcante.

Construção civil estagnada

De acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil – Rondônia (Sinduscon), Chagas Neto, o mercado da construção civil na Capital vive um momento de retração. “Com o trabalho das usinas chegando ao fim, praticamente na parte civil e com a retração do mercado imobiliário de corporação na cidade de Porto Velho, houve redução no número de ofertas. Hoje temos mais oferta de mão de obra, diferente do que acontecia antes, quando a demanda era maior que a oferta. O “boom” da construção civil deixou de existir e como vieram muitos operários de outas cidades, agora estamos com uma grande sobra de mão de obra. Cálculo que pelo menos 80% das pessoas que vieram para as obras das hidrelétricas, foram embora para suas cidades de origem ou outros locais. Ou seja, o mercado estagnou” esclarece Neto.

Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego em Rondônia (MTE-RO), no início da construção das usinas hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio, cerca de 40 mil trabalhadores foram contratados para os dois empreendimentos, mas apenas 15 mil ainda se mantêm em seus empregos. Em 2013, 8.112 pessoas foram demitidas em Porto Velho.

Fonte: Diário da Amazônia

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