SEMAS,UMA MAQUIAGEM MAL FEITA: AÇÃO SOCIAL EM VILHENA É MERA MAQUIAGEM.




Nesta segunda feira de imediato nos deparamos com a viatura policial no intuito de localizar um endereço seguimos a mesma e constatamos o motivo da ocorrência um senhor que embora visivelmente inofensivo preocupava vizinhança da Rua Mato Grosso conjunto Noêmia Barros setor 17. 

O mesmo encontrava-se no meio da rua já é pessoa conhecida em nossa cidade catador de objetos em lixeiras para vender e serem reciclados. Com seu veículo de trabalho uma carroça manual ele interditou o transito da mesma assim preocupando vizinhança aparentemente o mesmo estava muito embriagado e não respondia coisa com coisa. 

Na atuação da policia no local a principal queixa de moradores seria o perigo para o mesmo já que a rua é muito movimentada, sendo também um risco para outras pessoas. 

Em resposta a policia militar disse que não teria onde levá-lo, pois o município não dispõe de albergues nem algo nesse sentido. Nesse caso deixaria-o ali mesmo dormindo em baixo da caçamba de entulho aonde no dia seguinte acordaria melhore iria para um local seguro por si próprio. 

Entre as preocupação dos vizinhos (com a possível remoção do mendigo da frente de suas casas) e a ineficiência da Assistência Social, chama à atenção a resposta dada pela Policia Militar aos moradores, conforme testemunhado pelo Vilhena Hoje, a policia militar recusou-se a tomar parte no problema, uma vez que esse não é um problema para a policia, coisa que os vizinhos não perceberam. Parabéns a Policia Militar pela sua resposta. Cabe aos cidadãos serem conscientes e saberem diferenciar o papel da policia e o do Poder Público Municipal. Moradores de rua não é caso de polícia; é caso de políticas públicas, mas há quem confunda as duas coisas. Mais uma vez, parabéns a Policia da nossa cidade.

Lamentável que o Poder Público Municipal de nossa cidade seja tão ausente nessas questões. Ao invés de assumir seu papel como promoção do bem-estar da população – assegurando direitos garantidos, seja de qualquer parte da estratificada classe que compõem os indivíduos -, usa do silencio para resolver casos de pobreza, de miséria e abandono.



Na terça feira saímos para que concluíssemos nossa matéria no caso em questão poderíamos achar situações semelhantes a que encontramos no dia anterior.


Por volta das 10h 30min desta terça-feira, na calçada de um banco no centro da cidade encontramos e conversamos com quatro (4) moradores de rua. Deitados sobre o chão frio e úmido, embrulhados com cobertores finos e alguns papelões, dois senhores um jovem e uma senhora. Não encontramos nenhuma garrafa de bebida com eles. Estavam sóbrios mesmo com tanto frio que fazia, (na verdade nem eu recusaria um gole naquele momento tão frio), não se sentia cheiro nem vestígios de bebida traziam sim uma expressão triste, olhos vagos e cansados. Ficaram um pouco desconcertados com a nossa presença. Perguntamos por que eles escolheram as ruas para viver, um deles disse que nada mais fazia sentido em sua vida que matar-se seria pecado e por mais que quisesse morrer ainda esperava ir para o céu. Um deles, um senhor aparentando ter uns 55 anos, voz distante e vaga, respondeu: “expulsaram a gente lá da praça”. Perguntamos se alguém ou algum departamento da prefeitura não procurou ajudá-los. Outro senhor, voz muito baixa, visivelmente abatido, disse que “ninguém ajuda a gente… ninguém”. Mais ao lado vimos uma senhora dormindo. Tentamos conversar com ela, mas sua fala era confusa e não parecia estar bem. Um deles nos avisou que a senhora estava “fraca e não conseguia andar direito”.

Há pouco tempo nossa digníssima primeira dama Lizangela Rover saiu em comitiva para uma cidade próximo de Vilhena aonde tinha como palestrante expor e divulgar o trabalho da Semas, palestra essa que se tratava de assistência social, aí eu pergunto que assistência é essa em nosso município que só favorece quem é escolhido a dedo pelos mesmos, como podemos decidir quem será ou não contemplados com o auxilio de uma secretária que tem por obrigação abraçar todos incondicionalmente.

Esse é o papel que nossa administração pública de Vilhena vem executando na gestão atual.

O frio e a fome continuarão consumindo essas pessoas que vivem nas ruas. O descaso, a indiferença e o olhar severo cuidarão para apressar seu fim. Afinal, pensam, eles são só mendigos. Não são ninguém. Não votam e nem consomem. Por que se importar?


TEXTO:  ARAÚJO ODAIR
FOTOS:  ARAÚJO ODAIR