Marcos Donadon divide cela comum com outro detento em presídio


O deputado estadual Marcos Donadon, preso no dia 26 de junho, começou a cumprir a pena de 8 anos e quatro meses em regime fechado no Centro de Ressocialização Vale do Guaporé em Porto Velho. Ele foi transferido na sexta-feira (5) do Centro de Correição da Polícia Militar, onde estava desde quando foi preso, em cumprimento a determinação do Tribunal de Justiça (TJ) de Rondônia.

De acordo com a direção do presídio, Marcos divide uma cela comum com outro preso e tem direito a banhos de sol diariamente, assim como todos os outros detentos. Na unidade prisional, cada cela é ocupada por dois apenados e não há problemas de lotação, segundo a direção.

Marcos e o irmão dele, o deputado federal Natan Donadon, foram presos por formação de quadrilha, peculato e supressão de documento público. Eles estão envolvidos em um esquema que desviou mais de R$ 8,4 milhões da Assembleia Legislativa de Rondônia entre os anos de 1995 e 1999.

De acordo com a determinação, para transferência para Centro de Ressocialização Vale do Guaporé, foi expedida pelo juíz Renato Bonifácio de Melo Dias na quarta-feira (3), não havia prazo para cumprimento e relatava que não não existia razão para o deputado ficasse em uma cela especial, uma vez que sua sentença condenatória foi transitada em julgado e não cabe mais nenhum recurso.


Mandato
No dia 27 de junho, após ter recebido o comunicado de prisão do deputado, a mesa diretora da Assembleia Legislativa de Rondônia decidiu, por unanimidade, em sessão extraordinária, pela a abertura do processo de cassação do parlamentar.




Prisão
Donadon foi preso na madrugada do dia 26 de junho no momento em que desembarcava no Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira, em Porto Velho. O mandado de prisão contra ele foi expedido no dia 16 de junho, mas correu em segredo de justiça até a prisão.




Entenda o esquema
A investigação descobriu um desvio de 140 cheques, no período de 31 de julho de 1995 a 19 de janeiro de 1999, quando Marcos Donadon ocupava a presidência da Assembleia do estado. Segundo o TJ, o valor desviado na época chegava a R$ 8,4 milhões. Em valores atualizados o desvio chega a R$ 58 milhões.



O dinheiro era desviado por meio de um esquema de contrato forjado com uma agência de publicidade fantasma, a MPJ Marketing, Propaganda e Jornalismo Ltda. De acordo com o Ministério Público de Rondônia (MPE), o deputado federal Natan Donadon liderava o esquema criminoso. Na época, ele era diretor financeiro da Assembleia Legislativa.

Também foram acusados de participação no esquema de desvio o ex-senador Mário Calixto Filho (preso na Operação Titanic, deflagrada pela Polícia Federal em 2008, nos estados de RO, ES e SP), além de Omar Miguel da Cunha, Euclides Fieri de Oliveira Júnior, Luiz Carlos Fioravanti e Gernir José Werlang.



FONTE: G1/RO