Eles estão em Rondônia há pelo menos 40 anos. Vieram de uma
fazenda de cana no interior do Paraná, onde o pai era ogerente. Eram tempos difíceis, a mão de obra humana estavasendo substituída pela máquina - não só na cultura da cana,como em quase todas outras - e os problemas sociaiscresciam nas cidades do Sudeste a cada dia.A solução encontrada pelo governo federal foi mandar estestrabalhadores desempregados para a "Nova FronteiraAgrícola" sob o slogan nacionalista "Integrar para nãoentregar", cumprindo os mandamentos da teoria daconspiração (ainda em vigência) que a Amazônia é alvo dacobiça mundial.Entre estas famílias, vieram os Donadon. Estavam entre ospioneiros que chegaram ao local onde se localiza omunicípio de Colorado do Oeste, por volta de 1973. Não seiem que trabalharam. Em 1986, quando fui àquela cidade pelaprimeira vez, conheci o seu Marcos Donadon, que era oprefeito. Os filhos que já tinham idade ocupavamsecretarias municipais, "os outros meninos estão lá fora[do Estado] estudando", entre elas Raquel, que era bolsistado Governo de Rondônia.Os DonadonA partir da esquerda: Melki (foto Ariquemes190),Marco Antônio(ALE-RO) e Natan (Portal da Câmara). OusadiaEu ia pouco a Colorado, numa delas me surpreendi com oHotel Donadon, prédio novo, de três andares. "Pegaramdinheiro do Beron", disse-me alguém. Depois soube que oBeron pegou o hotel dos Donadon.Três filhos seguiram a carreira política. Melkisedeck(Melki) e Míriam Donadon foram prefeitos de Colorado doOeste. Marco Antônio Donadon é eleito sucessivamentedeputado estadual desde 1995, tendo sido o deputadoestadual mais votado em 2002 e presidente da ALE-RO de 1995a 1999.Natan Donadon, o "cão pirento" da vez, é deputado federaldesde 2003 (renunciou e reassumiu). Volto a falar neledaqui a pouco.Numa ousadia, desafiando as oligarquias locais, MelkiDonadon mudou o endereço eleitoral para Vilhena, fez umacampanha cheia de denúncias, mas assumiu a prefeitura em1997, saindo no ano seguinte. Sem a Lei da Ficha Limpa,candidatou-se e se elegeu entre 2001 e 2004. Impedido de irà reeleição, lançou e elegeu o sobrinho, Marlon Donadon,poucos dias antes das eleições de 2004.Presidindo sessão vaziaVoltando a Brasília. Fui testemunha das dezenas de vezesque o deputado Natan Donadon assumiu a presidência daCâmara dos Deputados em segundas-feiras e manhãs de terças-feiras mortas, mas com um ou outro deputado discursandopara as câmaras da TV Câmara e para os "anais da Casa". Elenão era invisível, como afirmou o jornalista Josias deSouza. Talvez discreto, pois sabia que a qualquer momento amão pesada da Lei cairia sobre o ombro dele. E foi o queaconteceu.Fica a lição. Se a população vota dezenas de vezes empolíticos com problemas com a Justiça cível, criminal oueleitoral, alguma coisa está errada. E somos nós,eleitores, que estamos errados.fonte: gente de opiniao
NÃO ERAM INVISÍVEIS! FAMÍLIA DONADON.
domingo, junho 30, 2013