DIRETOR DE JORNAL É FUZILADO COM 44 TIROS.


EXTRA - Marcos Nunes
José Roberto Ornelas de Lemos, diretor do jornal “Hora H”, que circula na Baixada Fluminense, foi executado na noite desta terça-feira, em Nova Iguaçu. De acordo com o Hospital da Posse, para onde a vítima foi levada, 44 perfurações foram encontradas no corpo dele. Filho de José Lemos, fundador do jornal, José Roberto estava com amigos na padaria que frequentava na Avenida Fusção, no Corumbá, quando bandidos encapuzados atiraram de dentro de um Gol cinza e fugiram, por volta das 20h30.

O pai da vítima, que costuma usar um carro blindado, disse que o filho sofria constantes ameaças.

— O jornal é muito forte na região. A gente vinha batendo muito em alguns assuntos — disse José Lemos.

Segundo a delegada Tércia Amoedo, diretora do Departamento Geral de Polícia da Baixada, a polícia irá traçar o perfil da vítima para chegar aos principais interessados em sua morte. O caso está sendo investigado pela 58ª DP (Comendador Soares).

— Vamos tentar apurar como tudo aconteceu e qual foi a motivação do crime. Temos informações que o jornal dele era combativo e fazia muitas denúncias — disse.

Em 2003, o diretor do “Hora H” chegou a ser preso com um empresário. Na época, José Roberto foi acusado de intermediar a contratação de dois pistoleiros que assassinaram o subsecretário de governo de São João de Meriti, Kennedy Jaime de Souza.

Segundo a polícia, a execução de Kennedy estaria ligada à perda de uma concorrência pública na área de limpeza do município, no valor de R$ 5,8 milhões. O crime ocorreu em 2002, a poucos metros da Prefeitura de São João de Meriti.

Ao ser preso, José Roberto negou a participação no crime e ganhou, na Justiça, o direito a liberdade.